Santos a História

História

Foi no início do século XX que a Cidade de Santos começou a realmente ser de grande importância para o Brasil. O porto despontava como um dos maiores do mundo. Por ele, passava a maior parte do café, produto forte na época, exportado pelo país. A vida social do município crescia rápido movida ao dinheiro dos barões do café e de seus negócios milionários com o porto. Em 1912, Santos já era a principal cidade exportadora de café do mundo. Os negócios iam bem e a cidade atraía cada vez mais o dinheiro dos fazendeiros do Interior.

No entanto, na parte esportiva só se praticavam esportes aquáticos, Remo principalmente. Pouco se falava em Futebol. Os raros praticantes eram pertencentes a famílias inglesas, que começavam a difundir a idéia do esporte no Brasil.

Foi nessa mesma época que três brasileiros legítimos se apaixonaram pelo esporte bretão. Mário Ferraz, Argemiro de Souza e Raymundo Marques decidiram, no mesmo ano, que a cidade já estava precisando ter um clube de futebol realmente seu, com características que fugissem do estilo inglês e mostrassem a cara do Brasil.

Primeiros anos

Havia menos de 20 anos que o jovem Charles Miller, precursor do futebol no Brasil, havia aportado em Santos com as duas primeiras bolas de futebol utilizadas no Brasil, quando três esportistas santistas resolveram fundar um clube de tal esporte, até então pouco praticado na cidade. A fundação do Santos Futebol Clube deu-se a 14 de Abril de 1912, domingo, por iniciativa de Raymundo Marques, Mário Ferraz de Campos e Argemiro de Souza Júnior, três esportistas da cidade, que convocaram uma assémbleia, por volta das 14 horas, na sede do Clube Concórdia, (localizado na Rua do Rosário- atual Avenida João Pessoa), para a criação de um time de futebol. Durante a reunião, foi discutido o nome para a agremiação, dentre as sugestões estavam: Concórdia, Euterpe e Brasil Atlético. Mas os participantes da reunião, por unanimidade, aceitaram a proposta de Edmundo Jorge Araújo: a denominação Santos Foot-ball Clube. O primeiro presidente do clube, eleito na reunião foi Sizino Patusca.

Na mesma reunião foram decididas as cores do clube. O uniforme oficial escolhido era constítuido por uma camisa com listras verticais azuis e brancas, separadas por um fio dourado, em homenagem ao Clube Concórdia, local daquela reunião.

Na noite daquela data distante, enquanto nascia o clube, o Titanic afundava nas águas geladas do Oceano Atlântico Norte. Um grande titã mundial substituía o outro. E não haveria data melhor pra nascer o clube que dominaria o futebol mundial por muitos anos. Isso porque, em 14 de abril de 1895, portanto 17 anos antes, aconteceu a primeira partida de foot-ball no Brasil, organizada por Charles Miller.

O primeiro jogo-treino foi realizado no dia 23 de junho, contra um combinado chamado Thereza Team. O Alvinegro, até então tricolor, venceu por 2 a 1, com gols marcados por Anacleto Ferramenta da Silva e Geraule Moreira Ribeiro. O primeiro jogo oficial ocorreu apenas em 15 de setembro daquele ano. O Santos venceu na estréia o Santos Athletic Club por 3 a 2. O primeiro gol oficial da história do clube foi marcado por Arnaldo Silveira.

O ataque dos 100 gols

De 1921 a 1926, o Santos Futebol Clube fez campanhas fracas no campeonato paulista, mas foi o período necessário para o surgimento da primeira geração do que se tornaria uma tradição no Alvinegro Praiano: descoberta e criação de jovens talentos.

A equipe de jovens garotos que formaria o ataque dos 100 gols, consagrando o Santos no cenário nacional, começou a ser gerada em 1923 com a chegada do jovem Araken Patusca, então com 16 anos. Na mesma época entraram para a equipe outros atletas de baixa idade.

Quatro anos após a chegada desses jovens, e com a inclusão de alguns nomes, o Santos estreava no Paulista aplicando uma goleada, o que se repetiria por diversas vezes na competição. A vítima foi a equipe do Ypiranga, o jogo ficou em 12 a 1, com 7 gols de Araken. Foi o recorde de gols em uma única partida, só sendo superado 37 anos depois por Pelé.

Durante toda a disputa estadual o clube venceu por placares elásticos, o que resultou em 100 gols pró, média de 6.25 gols por partida. Mas a excelente campanha não foi coroada. No último jogo, quando o Peixe precisava de apenas um empate, foi derrotado pelo Palestra Itália, por 3 a 2, em partida muito conturbada.

O ataque que entrou para a História como a famosa "linha dos 100 gols" era formado por Siriri, Camarão, Feitiço, Araken Patusca e Evangelista. Essa escalação foi ouvida por décadas, repetidas como um verso popular pelos torcedores de futebol de várias partes do país.

O marco histórico do ataque dos 100 gols foi resultado de um trabalho de características que, mais tarde, valeriam um trecho do hino oficial do clube: "Técnica e Disciplina".

Os lendários substantivos surgiram após dois confrontos amistosos contra a equipe do Vasco da Gama, onde o Peixe venceu os dois jogos, e foi chamado por jornalistas de o "Campeão da Técnica e da Disciplina".

Campeão Paulista de 1935

Desde os primeiros anos de existência, o quadro de futebol do Santos obteve êxitos memoráveis, tanto em jogos locais como internacionais. Seu primeiro título de Campeão Paulista aconteceu em 1935, após um declínio dois anos antes, em razão da criação do profissionalismo no futebol.

A final do Campeonato Paulista de 1935 aconteceu em 17 de novembro, no Parque São Jorge, casa de seu maior rival. O resultado foi 2 a 0 contra o Corinthians, com gols marcados por Raul Cabral Guedes e Araken Patusca. Assim, o Santos conquistava seu primeiro campeonato paulista.

Era Pelé

Em 1956, chegaria à Vila Belmiro, trazido pelas mãos de Valdemar de Brito, o menino Pelé, de 15 anos, que deu de novo impulso à história do Santos, levando-o a conquistas que enalteceram o futebol brasileiro no planeta. O time do Santos vinha de grandes campanhas, sendo bi-campeão paulista em 1955-1956, apresentando os craques Pepe e Zito, dentro outros. Com Pelé, o time se tornaria um dos maiores da História.

Pelé marcou seu primeiro gol com a camisa do Santos num amistoso com o Corinthians de Santo André, jogo em que o time da Vila venceu por 7x1. Em 1959, a conquista do primeiro Rio-São Paulo e o vice-campeonato da Taça Brasil. Em 1960, mais um paulista. De 1961 até 1965 a hegemonia do futebol brasileiro, cinco taças Brasil. Em 1962 e 1963 o Bicampeonato Mundial. Só não ganhou todos os campeonatos paulistas de 1958 até 1969 pois havia um time que podia fazer frente aos seus craques, o Palmeiras da Academia.

O domínio do Santos na primeira metade da década de 60 não se limitava ao Estado de São Paulo. Na Taça Brasil, principal competição nacional da época, foi campeão de 1961 até 1965. Em 1966, o domínio no futebol nacional era batido pelo Cruzeiro de Tostão, em âmbito estadual, o título era do Palmeiras.

Em 1968 o time com grandes revelações como Clodoaldo, Edu, Abel e Toninho Guerreiro voltaria a conquistar outra série de títulos nacionais e internacionais, mas a partir de 1970 a fase hegêmonica e dos títulos seguidos, acabaria.

A Vila ia vendo seus craques saindo. Em 1973, ganhou o último campeonato paulista com Pelé no clube. Campeonato que teve uma final muito conturbada.

Pós-Pelé

Após a Era Pelé, o Santos Futebol Clube continuou seu caminho de glórias. Em 1978 formou um time campeão. Os Meninos da Vila, apelido dado pela juventude dos atletas da equipe, conquistaram o Campeonato Paulista de 1978. Destacaram-se na época Juary, Pita, Aílton Lira entre outros.

Após isso o time continuou conquistando títulos, como o Paulista de 1984 e a Taça Conmebol de 1998. Mas, em 2002, ano em que o clube completou 90 anos, o Santos conquistou, pela sétima vez, o principal torneio nacional (o Campeonato Brasileiro). O time que conseguiu a conquista foi, basicamente, formado dentro da Vila Belmiro. Os Meninos da Vila viraram febre no Brasil inteiro e a dupla Diego e Robinho se tornou símbolo de um futebol vistoso e alegre, junto de Renato, Elano, Alex , André Luís e Léo. No ano seguinte, com a base mantida, o Peixe chegou aos vice-campeonatos da Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro.

Em 2004, o time mostrou toda a sua força entre os oito melhores times do continente, perdendo as quartas-de-finais da Libertadores para o campeão Once Caldas, da Colômbia. No Paulista, foi até as semifinais. Porém, o ano foi fechado com chave de ouro com a conquista do oitavo título nacional do Santos FC. Com uma equipe liderada pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, com a base de 2002 e com reforços como Ricardinho e Deivid, o time encerrou o torneio de pontos corridos disputando até a última rodada o título com o Clube Atlético Paranaense e conquistou mais uma vez o campeonato brasileiro.

Era atual

Após 3 anos consecutivos de vitórias, com conquista de dois Campeonatos Brasileiros e chegada a final da Taça Libertadores de 2003, o Santos começou o ano de 2005 tentando manter o ritmo.

O maior jogador após a Era Pelé, Robinho, permaneceu no clube durante o primeiro semestre. Após a sua saída para o Real Madrid, o Santos ficou prejudicado em seu desempenho. Deivid também saiu nessa mesma época que, com a saída da dupla com Robinho, desestruturou o ataque santista. A dupla, juntamente com Léo, propiciou uma equipe competitiva.

Para restaurar a equipe, o Peixe contratou o craque e idolo Giovanni, que apresentou desempenho instável; Luizão, que se mostrou fora de forma; e Cláudio Pitbull, que marcou apenas dois gols.

O ano também foi tumultuado com relação aos técnicos, começando com Oswaldo de Oliveira para a substituição de Vanderlei Luxemburgo, devido a saída do treinador para o Real Madrid e, após fraca atuação na Espanha, retorna em 2006 como treinador da equipe santista, sinalizando grandes investimentos para o ano da Copa do Mundo. Passaram ainda como treinadores Gallo e Nelsinho Baptista, terminando com Serginho Chulapa, que levou o Santos interinamente.

O ano de 2006 inicia-se com investimentos em uma equipe que passa por um momento de transição. Várias contratações vêm sendo feitas, e a mais importante delas é a repatriação de Vanderlei Luxemburgo, que estava no Real Madrid. Com ele, o Santos conquista o Campeonato Paulista após 21 anos sem levar a taça da FPF, entrando para a história como a única equipe que venceu todas as partidas jogadas em seu estádio (10 partidas no total) e que marcou gols em todas as partidas do campeonato (19 partidas no total, marcando 33 gols). O time histórico que consagrou esse título com vitória de 2 a 0 contra a Portuguesa de Desportos, sob a modalidade de pontos corridos, foi composto por Fábio Costa; Luiz Alberto, Julio Manzur e Ronaldo Guiaro; Kléber, Fabinho, Maldonado, Cléber Santana e Rodrigo Tabata; Reinaldo e Geílson.